terça-feira, 6 de julho de 2010

Aos quatro cantos do triângulo, dedicado a Samuel Beckett

mais uns quatro dias, um deambular pela ruela do jeito e da força. caem bolas de sabão por aí e já ninguém as sopra, deu um medo de ficar sem mais quatro dias. olha como ainda perguntavam, o teu pai é careca, vejamos pelo sopro se o risco da cabeleira aparece. nada, vou negar até ao fim, diz a menina que não quer ser reconhecida, lha descobriram logo. se num quatro a gente se engana se o louco é mais bêbado do que o cocho, ou se os nossos olhos trocados na foto três por quatro azuis ou verdes o cego teima que os tem. se olhares para o nariz vais te safar da tropa mas se mentires menos também ninguém topa. de quatro em quatro enche a goela e o juízo dela. ele tinha um bigode serrado, parecia que havia engolido às pressas um arvoredo de quatro milhas e algumas das folhagens estavam ainda boiando na boca. é assim que vai a marcha de quatro e eu quero para mim esse misto de doce e acre que sobre e até derrame, esses teus quatro quadros quadrados quadriculados, esse teu gomo de vida em círculos circunflexos. vou cantar às arestas, vou soletrar os dias como tabuada, me abstrair das três partes, mais um ajuste e o brinquedo funciona.LR